domingo, agosto 27, 2006

Cooper

Estava dirigindo para o trabalho, na avenida à beira do mar, quando avistei uma bela morena de biquíni que chamava a atenção de todos que estavam no calçadão.

Ciente da ineficiência da cantada da buzina, resolvi parar o carro e fazer uma abordagem mais pessoal. Fui andando pelo calçadão e quando já estava me aproximando, a morena resolve descer do calçadão para a praia.

E agora? O meu traje de escritório era incompatível com a areia da praia. E totalmente inadequado para o ambiente, que era composto de corredores de Cooper, jogadores de frescobol e peladeiros.

Enquanto todos olhavam inertes para a morena, resolvi agir. Segurei o sapato social nas mãos, levantei a barra da calça de microfibra e entrei na areia.

Enquanto isso, o pessoal do Cooper parou para acompanhar minha performance. E todos aparentavam certa angústia por não terem tido a mesma agressividade. Era impressionante como eles pareciam torcer pelo meu fracasso. Quanta falta de companheirismo!

Acompanhei a morena e conversamos por alguns minutos. Ela já estava acabando sua caminhada e aceitou minha carona para voltar para casa. Voltamos para o calçadão e enquanto andávamos em direção ao carro, era notável que todos ainda nos observaram. Mas desta vez, os olhares invejosos passaram a me ver com admiração. Foi lindo!

Naquele dia, nem ela foi para casa, nem eu fui para o escritório.
Pois é... mais vale um sapato na mão do que dois suando!

domingo, agosto 20, 2006

Preservativo

Acabamos as preliminares e estávamos prontos para começar.

- Vamos sem camisinha desta vez, Amando.
- O quê?
- Queria fazer sem camisinha hoje.
- Não, Carmem. Que idéia maluca é essa?
- Só desta vez?
- De jeito nenhum.

Não entendi esse pedido da Carmen. Nós já havíamos transando várias vezes e desde a primeira vez ela sempre fez questão de usar camisinha.

Acabamos transando, como sempre com camisinha, mas depois dei minha lição de moral:

- Olha Carmen, aquilo que você me pediu não é certo, viu?
- Você não me entende, Amando
- Não há o que entender. Você é casada, tem filho! Tem todo o direito de ter amantes, mas pelo menos seja prevenida com seus parceiros. É o mínimo que você pode fazer pelo seu marido.
- Mas eu estou fazendo isso por ele, Amando
- Como assim?
- É muito difícil isso. Você não vai entender.
- Claro que vou entender.
- Não, Amando. É uma situação complicada.
- Você sabe que sempre pode contar comigo, Carmen. Pra qualquer coisa.
- O Rodolfo é estéril, Amando. O médico dele é um grande amigo meu e me contou isso há alguns anos atrás. Fiquei desesperada porque sabia que ele queria muito ter um filho.
- Mas vocês não tem 1 filho?
- No meu desespero, acabei engravidando de um amante e disse que o filho era do Rodolfo. Mas agora ele quer de todo jeito ter outro filho. A gente vêm tentando mas é claro que não conseguiremos. Amo muito ele e queria poder dar outro filho para ele.
- E como você pretende...
- Você sempre disse que eu poderia contar com você. Pra qualquer coisa.
- Você está louca, Carmen? Retiro o que eu disse. Nem sempre você pode contar comigo.

Faz de tudo para agradar o marido. Isso é que é uma mulher apaixonada, viu.

domingo, agosto 13, 2006

Educação

Estava numa festinha de prédio. A festa estava animada, mas até então nenhuma oportunidade havia aparecido. Até que encontrei a Gabriela.

Nós já havíamos saído algumas vezes. Como já havia antecedentes sexuais, não foi necessária muita conversa para levá-la para a escada do prédio.

Subimos para o hall do 3º andar (pois 1º e o 2º andar já estavam ocupados por outros casais) e começamos os trabalhos.

No meio do ato, a porta de um dos apartamentos abre. E, para minha surpresa, aparece a tia Jussara.

Pausa para explicação: a tia Jussara não é minha tia de verdade. Ela foi minha professora na 4ª série e até hoje a chamo de tia.

Quando vi a Tia Jussara fiquei sem reação. Ou melhor, tive uma reação. Eu disse:

- Boa Noite, Tia Jussara.

Ela, por sua vez, não disse nada. E bateu a porta na minha cara.

A Tia Jussara pode até me achar um pervertido. Mas pelo menos não sou mal-educado.

domingo, agosto 06, 2006

Mudança de planos

Conheci a Natália numa festa da família. Uma menina muito simpática e inteligente. Conversamos durante a festa inteira e marcamos de sair.

Fui pegar a Natália no seu prédio. Pra falar a verdade, eu não estava muito animado pois sabia que os interesses dela naquela noite não eram compatíveis com os meus interesses.

Enquanto estava no carro esperando ela descer, saiu do prédio vizinho uma mulher maravilhosa. Como a Natália estava demorando, achei que não haveria problemas em fazer uma abordagem rápida. Nesta rápida conversa, ficou evidente a nossa compatibilidade de interesses.

Não tive dúvidas e convidei a Marielva para dar uma volta no quarteirão. Essa volta acabou se prolongando um pouco.

Quando cheguei em casa, depois de utilizar as 3 horas do pacote básico do hotel, resolvi retornar uma das dezenas de ligações da Natália:

- Oi Natália, desculpa, mas...
- Amando, seu canalha! Você me deu um bolo! E ainda saiu com outra.
- Calma, Natália...,.
- E além disso saiu com a empregada da minha amiga. Com a empregada, Amando! Você é um nojo!

Fiquei calado. Perplexo. Apenas ouvindo. Mas depois retruquei:

- Natália, não estou acreditando no que estou ouvindo. Uma garota de família como você, discriminando uma pessoa desta forma só porque ela é uma empregada doméstica. Pois fique sabendo que ela é uma mulher como qualquer outra e que...

- Mas não foi isso que eu quis dizer, Amando

- Eu ouvi muito bem, Natália. E não quero mais ficar ouvindo isso. Até logo, tchau.

Alguns dias depois a Natália me ligou pedindo desculpas. É claro que eu aceitei. E marcamos de sair novamente.

Mas é bom que desta vez ela não demore pra descer.