- Ei peraí... você não é espião do meu marido, não né?
- Como é?
- Meu marido não te contratou pra testar se eu iria trair não, né?
- Porque essa pergunta?
- Ah, é porque ele anda meio desconfiando que estou traindo.
- E você acha que ele seria capaz de contratar alguém para testar?
- Do jeito que ele está desconfiando, acho que sim
- Poxa, que cara paranóico viu.
- É, ele está mesmo.
Continuamos as preliminares. Quando estávamos começando os trabalhos de fato, interrompi e resolvi tirar uma brincadeira com ela.
- Como você descobriu?
- O que?
- Eu não disfarcei bem?
- Disfaçou?
- Ali tem uma câmera. E ali tem outra.
- Como assim?
- Você está no teste de fidelidade do João Kleber
- Você está brincando né?
- É serio. Desculpa, mas você não passou no teste.
Ela se levantou do sofá e saiu gritando:
- Eu não fiz nada! Eu não fiz nada!
- Tarde demais, Elisandra.
- Amor, você viu que eu não fiz nada demais. EU TE AMO!!
Bateu a porta do quarto do motel e saiu correndo.
Eu posso perder um sexo, mas não perco a piada.
domingo, setembro 24, 2006
domingo, setembro 17, 2006
Já ouvi isso...
Conheci a Talita numa festa de formatua, ficamos, e depois de muitas doses de whisky, vodka e tequila, acabamos num motel.
Na nossa conversa pós-coital:
- Não acredito que fiz isso
(Já ouvi isso...)
- Que besteira, isso acontece...
- Mas nunca tinha acontecido comigo
(Já ouvi isso...)
- Mas sempre tem a primeira vez
- Pois espero que seja a primeira e a última
(Já ouvi isso...)
- Não fica assim, você não fez nada de errado
- Estou muito bêbada. Exagerei.
(Já ouvi isso...)
- Realmente a gente não deveria ter misturado tanto
- Não vou lembrar de nada amanhâ
(Já ouvi isso...)
- Então quer dizer que eu não preciso ligar?
Na nossa conversa pós-coital:
- Não acredito que fiz isso
(Já ouvi isso...)
- Que besteira, isso acontece...
- Mas nunca tinha acontecido comigo
(Já ouvi isso...)
- Mas sempre tem a primeira vez
- Pois espero que seja a primeira e a última
(Já ouvi isso...)
- Não fica assim, você não fez nada de errado
- Estou muito bêbada. Exagerei.
(Já ouvi isso...)
- Realmente a gente não deveria ter misturado tanto
- Não vou lembrar de nada amanhâ
(Já ouvi isso...)
- Então quer dizer que eu não preciso ligar?
domingo, setembro 10, 2006
Pernoite
Não costumo pernoitar em motel. Principalmente na primeira vez. E muito menos quando conheci na mesma noite. Mas já era tarde da noite, estava longe de casa e o sono era mais forte do que a vontade de ir embora.
O problema do pernoite é que ele equivale a várias saídas.É como se numa única noite já fosse extrapolado o limite de repetições permitido. Fica então descartada qualquer possibilidade de uma nova saída, pelo menos à curto prazo.
No outro dia, tive sorte e o meu celular amanheceu descarregado. Me livrei, portanto, da obrigação de ter que pedir o telefone dela. Mas ela acabou pedindo o meu número.
Logo no dia seguinte, já recebi uma mensagem.
Oi, Amando! Descobri 2 coisas sobre vc. Bjão, Ana Cláudia [SEND]
O q? [SEND]
1 é que você é curioso, kkkkkk [SEND]
E? [SEND]
Que o seu perfume é Calvin Klein [SEND]
Errou [SEND]
Nunca mais nos falamos
O problema do pernoite é que ele equivale a várias saídas.É como se numa única noite já fosse extrapolado o limite de repetições permitido. Fica então descartada qualquer possibilidade de uma nova saída, pelo menos à curto prazo.
No outro dia, tive sorte e o meu celular amanheceu descarregado. Me livrei, portanto, da obrigação de ter que pedir o telefone dela. Mas ela acabou pedindo o meu número.
Logo no dia seguinte, já recebi uma mensagem.
Oi, Amando! Descobri 2 coisas sobre vc. Bjão, Ana Cláudia [SEND]
O q? [SEND]
1 é que você é curioso, kkkkkk [SEND]
E? [SEND]
Que o seu perfume é Calvin Klein [SEND]
Errou [SEND]
Nunca mais nos falamos
domingo, setembro 03, 2006
A Substituição
Era muito cômodo transar com a Anette. Ela morava sozinha e bem pertinho de mim. Bem... ela não morava sozinha de fato. Ela dividia apartamento. Mas isso não era problema, pois a Júlia não se intrometia. Não que eu não quisesse que a Júlia se intrometesse.
A Júlia era linda. Maravilhosa. Uma delícia. Quem dera que ela resolvesse se intrometer. Até confesso que depois que a Anette excedeu o seu limite de repetições permitido, eu só ia lá na casa dela para ver a Júlia.
Certo dia, decidi que era hora de tentar algo arriscado: a substituição. Sempre ouvi dizer que a substituição era algo impossível. Coisa de cinema. Uma lenda mitológica. Todos os meus amigos me aconselhavam desistir. Até Jerry (Seinfeld*) já dizia que a substituição era algo inalcançável.
Mas eu tinha uma estratégia. Não sei se eu estava maluco, mas o meu plano parecia perfeito. Algo digno dos planos infalíveis do Cebolinha. E eu estava disposto a tentar.
O primeiro passo era fazer uma proposta totalmente absurda para a Anette: sugerir um ménage-a-trois entre eu, ela e a Júlia. Conhecendo bem a Anette, ela iria ficar horrorizada, iria me crucificar e imediatamente cortar relações comigo.
Mas é claro que a Anette iriar acabar comentando a minha proposta absurda com a amiga. E a Júlia, exercendo o seu papel de amiga, apoiaria Anette e também iria me condenar. Mas, no fundo, a Júlia ficaria no mínimo lisonjeada por eu ter incluído ela nas minhas fantasias eróticas.
O segundo passo era ligar, algumas semanas depois, para o apartamento delas num horário em que a Anette não estivesse. A Júlia atenderia, conversaríamos ocasionalmente e eu iria propor um almoço informal.
O terceiro passo então era ir para o almoço. E aí valeria a minha competência cara-a-cara para conquistar a Júlia.
Tudo planejando, tudo pronto.
Marquei com a Anette. Fui na casa dela. Fiz a proposta absurda.
Mas ela aceitou. Meu plano não deu certo, nem passou do primeiro passo.
Acabei fazendo um ménage.
* "A Substituição" foi baseada num episódio de Seinfeld
A Júlia era linda. Maravilhosa. Uma delícia. Quem dera que ela resolvesse se intrometer. Até confesso que depois que a Anette excedeu o seu limite de repetições permitido, eu só ia lá na casa dela para ver a Júlia.
Certo dia, decidi que era hora de tentar algo arriscado: a substituição. Sempre ouvi dizer que a substituição era algo impossível. Coisa de cinema. Uma lenda mitológica. Todos os meus amigos me aconselhavam desistir. Até Jerry (Seinfeld*) já dizia que a substituição era algo inalcançável.
Mas eu tinha uma estratégia. Não sei se eu estava maluco, mas o meu plano parecia perfeito. Algo digno dos planos infalíveis do Cebolinha. E eu estava disposto a tentar.
O primeiro passo era fazer uma proposta totalmente absurda para a Anette: sugerir um ménage-a-trois entre eu, ela e a Júlia. Conhecendo bem a Anette, ela iria ficar horrorizada, iria me crucificar e imediatamente cortar relações comigo.
Mas é claro que a Anette iriar acabar comentando a minha proposta absurda com a amiga. E a Júlia, exercendo o seu papel de amiga, apoiaria Anette e também iria me condenar. Mas, no fundo, a Júlia ficaria no mínimo lisonjeada por eu ter incluído ela nas minhas fantasias eróticas.
O segundo passo era ligar, algumas semanas depois, para o apartamento delas num horário em que a Anette não estivesse. A Júlia atenderia, conversaríamos ocasionalmente e eu iria propor um almoço informal.
O terceiro passo então era ir para o almoço. E aí valeria a minha competência cara-a-cara para conquistar a Júlia.
Tudo planejando, tudo pronto.
Marquei com a Anette. Fui na casa dela. Fiz a proposta absurda.
Mas ela aceitou. Meu plano não deu certo, nem passou do primeiro passo.
Acabei fazendo um ménage.
* "A Substituição" foi baseada num episódio de Seinfeld
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